domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sonho

Eu nunca pensei em contar isso aqui no blog, mas como eu tinha que contar que sonhei com você, e te fazer entender o sonho todo, eu preferi escrever aqui. Não sei se devo considerar o diálogo final como verdadeiro, sugestivo, fantasioso, ou apenas um fechamento de um sonho. Eu não sei o que significa esse sonho que me "persegue" a vida inteira.

Desde antes de eu nascer, eu sempre frequentei uma casa onde meus tios moraram durante muitos anos. Quando eu tinha em torno de 10 anos, meus pais, eu e meus irmãos, fomos morar nesta casa. Era uma mansão. Hoje esta mansão não existe mais. Ela foi derrubada e no local, construída a Igreja Maranata da Praça Seca.

Mesmo antes de morarmos lá, os sonhos começaram. Sempre a mesma coisa:
Um quarto [que não existia na realidade] todo mobiliado para uma menina, em motivo japonês com bonequinhas japonesas de louça. Nas primeiras vezes, o sonho era um pesadelo. Eu entrava mexia nas bonequinhas, as cabeças caíam e jorrava sangue.

Lembro de ter perguntado aos meus pais se minha tia havia perdido uma menina. Coincidentemente, depois que eu perdi meu 1º bebê [não sei o sexo, optei por não saber], este sonho parou de me perseguir, e os outros continuaram.

Havia uma porta, um tipo de entrada secreta [fantasia], no quarto que meus pais usavam para dormir [realidade], e eu [sonho] abria a porta e ia fuxicar o que havia naquele labirinto. O labirinto me lembrava muito o estoque da loja de Caxias [realidade]. Até que num dos sonhos, porque eles se repetiram muitas vezes, eu encontrei o caminho que me levava a um quarto. Lindo! Muito bem decorado. Com ar condicionado, banheiro com banheira, e uma vista de toda a Praça Seca.

Depois de um tempo, o sonho começou a me irritar porque ele sempre se repetia e eu não entendia a razão dele. Até que eu comentei com os meus pais [realidade] que me pediram paciência, que com o tempo eu entenderia tudo [ainda não entendi].

Até que um dia, ao entrar naquele quarto, [sonho] tomei coragem, deitei na cama e vi que o teto era de vidro, e nele havia estrelas no céu, e uma voz me dizia: que eu ainda teria toda a casa, mas que não era tempo, que eu me levantasse e saísse. Acordei. Nesta época, eu deveria ter uns 14 anos, e foi logo depois que a casa foi derrubada pra ser transformada em igreja. Pensei que os sonhos acabariam, mas não foi o que aconteceu.

Quando eu fiz uns 20 anos, [antes de conhecer você, com certeza], eu sonhei que em vez de eu dobrar à esquerda no labirinto, e ir pelo caminho que eu já conhecia, eu ia à direita e encontrava uma outra porta, que parecia uma porta de submarino. Do outro lado, um reino encantado... Pode parecer exagero, mas parece mesmo aquelas histórias de contos de fada. Tudo muito colorido, com brinquedos, trenzinho, toboáguas, piscinas de tudo quanto é tipo e tamanho e profundidade, o sonho de qualquer criança. Tanto que, quando eu fui à Disney em 1996, eu achei que fosse isso, mas não o sonho sempre se repetiu: eu ia nos quartos e depois neste local.

Depois que eu perdi meu bebê, as bonecas já não caíam a cabeça, ou rolava sangue pelo quarto. E hoje, o sonho no parque de diversões também foi diferente.

Eu estava trabalhando, fazendo a listagem com o nome dos meus alunos, e eu sabia que você estava na casa onde eu estava. Até que eu decidia que eu deveria te levar naquele lugar. Eu te encontrava, e mesmo ressabiado, você vinha atrás de mim. Sempre em silêncio, você não perguntava nada, apenas me seguia. Eu passei pela porta do quarto de menina, mas não hesitei em te mostrar, eu sempre pensava "ele não entenderia", e ao entrarmos no labirinto, você me perguntou: "onde você vai me levar?", eu respondi apenas: "confie em mim", e na hora de decidir o que te mostrar, decidi que não seria o quarto, "ele não entenderia", disse para mim mesma. Até que chegamos ao parque de diversões. Eu via sua feição totalmente impressionada com aquilo tudo que você via. Você tirava a camisa, ficava só de bermuda e mergulhava, e depois me perguntava: "você não vem?", eu dizia que não podia por estar de vestido, e você brincava: "você está com vergonha?". Eu tirava o vestido, descia no toboágua, mas não ficava perto de você. Até que eu via um homem descendo uma escada. Nos vestíamos rapidamente, e o seu celular tocava. Era o Walter perguntando se eu estava com você, você dizia que sim, e ele pedia pra você me avisar que ele estava indo pra igreja.

Antes do homem falar conosco, você me dizia: "Gracy, não entendo, como você pode ser dona disso tudo e não aproveitar. Seus problemas financeiros iriam acabar". Eu te respondia, que eu não sabia se eram ou não, não sabiam quem era o dono, apenas vinha naquele lugar de vez em quando. Você me perguntava porque eu tinha te levado ali, e eu dizia "apenas pra você ver o quanto confio em você".

Aquele homem se aproximava de mim e dizia: "Até que enfim você o trouxe aqui". Eu o olhava, porque aquilo não fazia sentido algum. Ele completava: "Sou seu primo e estive este tempo todo te observando, te vendo, olhando todos esses aposentos que um dia serão seus, mas nunca entendi porque você não o havia trazido aqui". Eu respondia: "Não nos víamos a anos.", Ele questionou: "Então vocês não se casaram?", Eu disse que não e ele perguntava porque, e eu respondia apenas: "Minha mãe". Ele não me parecia surpreso ao responder: "A Sílvia, sempre a Sílvia".

Acordei e vim correndo escrever isso aqui no blog e te linkar pra ler...

Mais uma vez, eu não sei o que isso significa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você está pensando sobre o que eu escrevi?