domingo, 22 de dezembro de 2013

Noite em Claro - Martha Medeiros


"Estou sóbria, eu acho. (...)
Aquele rapaz parado em frente à minha porta era, me lembro, um menino. Hoje, deve ter 17, talvez 18 (...) 
Contrariada, abri a porta.
Ele não disse nada.
Ele sorriu.
Sem nenhum constrangimento, sorriu como alguém que conseguiu encurralar sua presa. Eu poderia ter escapado, mas ainda não sabia que estava sendo perseguida, e nem sabia se isso me assustava.
- Eu avisei que viria buscar sua resposta - ele disse.
(...)
Eu não o convidei para entrar. Mas ele entrou.
(...)
Ele não era bonito, nem feio. Era perturbador.
- O que você quer?
Um homem em pé. Ereto. Um homem capaz de me abraçar e manter minha cabeça alinhada à dele, na posição para o bote, para o curto circuito do primeiro beijo, o beijo que abre as comportas, as pernas, o depois. Eu estava diante de um homem que não estava à minha altura, mas que media o meu tamanho. (...)
Coloquei a mão em seu peito - não se aproxime - sabendo que ele não obedeceria, torcendo para que não obedecesse.
- Vá embora, garoto.
- Como assim?
- Você já se divertiu bastante
- Você ainda não.
(...)
Eu me diverti.
Ele usou boca, língua, dedos, pau. Falou muito pouco. Iniciamos na sala. Fomos para o quarto. Eu gozei algumas vezes, ele gozou também. E não paramos".

Quando eu li esta parte do livro "Noite em Claro" da Martha Medeiros, descobri o quanto valeu a pena comprar este livro. 

Não porque ela descreveu uma cena deliciosa de sexo. Eu, assim como ela, adoro sexo, mas não foi isso. Foi que me fez ver, mais uma vez, que quando alguém quer algo, ele vai atrás do que quer, dá um jeito, mas quando não quer, dá-se uma boa desculpa.

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